martes, diciembre 06, 2011

RÉSTIA DE LUZ





Por Vitalina de Assis.



Refém de quem queria roubar-lhe a vida
em vagos momentos de lucidez
desejava viver


Ainda que a morte
afagasse seus cabelos
e uma réstia de luz
iluminasse a eternidade próxima
soube convergir tal luz
para sua esperança criança


Inocente,
a morte esqueceu-se
que basta pequena luz
para nutrir a vida
de quem aguarda
o cair da guilhotina


Embora cantasse a morte:
te degusto com requinte
em mesa posta


uma réstia de luz
destoa sua canção
e insistente
conspira em favor da vida


Réstia de luz inconveniente
aquece tijolos agora complacentes


refletiu luz de vida
além do cativeiro
aboliu a ideia de vê-la morta
roubou-lhe a intenção de desistir afinal


Firme neste próposito
fez-se valer
da luz que incidia sobre tijolos
que desconfiava ser a vida
a espiar-lhe mansamente


Quando a vida espia, conspira
percebeu sua sorte mudar
de perdida em braços mortais
agora segura em braços de amor


Optou pela vida
desistir não conjugaria
ignorou apelos do medo
e pequena réstia de luz
brilhou na saída do cativeiro.

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